“Fui e continuo sendo um intermediário.
Não tenho mérito por isso, apenas cumpro a minha missão.”
José Pacheco.
Últimos momentos do Périplo! Mas primeiros momentos de futuras ações, planificações, transformação! Amigos, reencontros, despedidas de “Até breve” para disfarçar a emoção e saudade que já aponta! Compromisso! Sim, compromisso com as expectativas criadas, com os projetos existentes e futuros.
Chegamos a noite em Ericeira na aconchegante casa de Paulo e sua esposa que nos receberam com muito carinho. Logo pela manhã fomos à escola onde acontece o Projeto Enraizar – Associação de Aprendizagem Comunitária, que tem como objetivo desenvolver e apoiar práticas sustentáveis locais nas áreas da ecologia, educação, cultura, saúde, sociedade e tecnologia.
Após, conhecemos as instalações da escola e conversamos com as crianças. Também estavam esperando José Pacheco: a Tita, a Carla, e mais alguns amigos de périplo. Um menino sabendo que uma integrante do grupo que acompanha José Pacheco era do Brasil, logo a abordou perguntando:
-“Você é do Brasil? Tem papagaio na sua máquina? Eu adoro papagaios!”
E logo se dirigiu para o computador, acessou a internet e começou a pesquisar figuras de papagaio para nos mostrar. Mais crianças se aproximaram para conversar e ver as figuras.
A “roda de conversa” com a participação dos professores aconteceu à beira de um fogão à lenha que aquecia o ambiente.
Diante das considerações de uma professora relatando que há crianças que moram nas proximidades porém não frequentam essa escola e, há crianças de outras localidades que ali estão José Pacheco responde:
José Pacheco: “ Devemos nos perguntar por que é que elas vêm? Por que é que elas vão?”
Professora: O que sentimos que as crianças vêm porque não tem escolas em suas comunidades que atendam as necessidades como por exemplo horários. A sociedade ainda não criou a rede familiar. É preciso estarmos em suporte às famílias.
José Pacheco: Acabaste de definir – necessidade social. Aqui tem um projeto de mudança social e não de escola.
Paulo: O que é transformação social?
José Pacheco: Vou publicar um livro “Novo tempo e espaço, novas construções sociais”. Estamos prisioneiros à uma época em que a escola nem é pós moderna. Acredito mais em outros sistemas. A Finlândia fez mudanças, aboliu provas, aulas.
Numa escola vi duas fileiras de grade. Na vizinhança, muros que separavam a escola da comunidade. Ao perguntar por que os muros, responderam:
– “Mesmo arquiteto que construiu o Carandiru construiu a escola”
– “Para nos defender do que está lá fora.”
Ao andarmos pelas ruas percebemos que havia muitas pessoas na comunidade.
Paulo: A questão das crianças estarem aqui além do espaço/tempo disponibilizado, quando há necessidade de ficarem além do horário cobra-se um adicional. Isso parece mais uma “multa”. Como resolver isso com os pais? Qual o caminho para experimentar as novas transformações?
Sabemos que as mudanças demoram tempo para adquirir confiança. Como equilibrarmos? Estamos em vias de separar aquelas pessoas que acreditam mais, as que são mais rápidas e as que estão a contribuir não só com o trabalho mas também com energia.
Acredito que isso também passa pelos projetos pessoais. E são essas pessoas que estão a colaborar. Agora, qual o próximo passo e para que direção? O Objetivo é ampliar essa oportunidade à mais crianças!
José Pacheco: Há uns dias atrás estivemos em uma escola sob risco de desaparecer, Professores foram demitidos. Esta escola por melhor que seja o projeto, não é autônoma. Estamos num sistema capitalista de mercado. A escola tem que se firmar pela sustentabilidade pedagógica, administrativa e financeira. E depois, as metas, expectativas dos pais em relação ao projeto. O mais difícil dos projetos são os primeiros 7 anos.
Há 4 anos aceitei o desafio de construir uma escola. Na escola o período é integral. A Assistência Social patrocina algumas atividades no período do “contra turno” , mas o propósito seria nem turno nem contra turno. Então, fomos à comunidade e encontramos “educadores”!
Aí, como contratar professores se não temos receita? Tivemos que pensar em opções para “enxugar” as despesas. O que fizemos? Tiramos cerca, câmeras, chaves, vigilância. Então não havia mais o que era o “meu” mas sim o que era “nosso”!
Ao contrário de outras escolas não precisamos de uniforme, livros. Recebíamos doações, pois percebiam como era o nosso trabalho quando ele apontou resultados, como resolução do problema do lixo nas ruas, violência, saneamento básico.
Então, tivemos um estatuto de diferença.
Outras pessoas ao ouvirem falar do Projeto Âncora queriam conhecer . A vontade de conhecer fez o que chamamos de turismo educativo.
Paulo: E o resultado enquanto transformação social, e as notas?
José Pacheco: Em 2013 aplicamos uma prova internamente, simulando a avaliação em larga escala. O resultado foi surpreendente. Além disso, o gasto professor/aluno foi de R$ 580,00/Ano.
No ano passado fizemos uma prova de aferição. O IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) foi “10”, sendo a primeira escola brasileira a atingir esse resultado. À partir daí, nós vamos invadir as escolas públicas, ajudando crianças e professores de outras escolas.
Como conseguimos? Primeiro se percebe os efeitos sociais. Os pais confiaram. Os projetos são voltados ao que é necessário na comunidade. As crianças da favela trouxeram as necessidades e à partir daí tornaram-se empreendedores. Bem, vamos ver como vai ser aqui.
Paulo: O Enraizar foi para mostrar aos outros que é possível fazer diferente e que os resultados são bons. Quanto a Prova, um grupo especial fará posteriormente. Somente uma criança fará agora
José Pacheco: Entra-se numa guerra para ganhar! Nós temos que levar essa criança a obter o melhor resultado.
Paulo: A criança entrou aqui há pouco e ainda não sabia ler e a prova será em maio.
José Pacheco: Se essa criança não obtiver êxito comprometerá a proposta. Pensem nisso.
“Os resultados falam por si”.
Se uma criança não obtiver bom resultado o projeto será questionado. O marketing negativo é permanente.
Paulo: Como podemos ter ajuda à nível pedagógico? Queremos ir reclamar ao público, mas quando tivermos bons resultados para apresentar. Estamos com seis meses de existência e seremos avaliados em maio.
José Pacheco: É mudança na reconfiguração da escola. O fundamental é instalar metodologia com trabalho de projetos. Depois rever currículo, mas ter cuidado, pois tem que saber como mudar, há dois momentos.
Eu espero voltar, penso que é possível criar 5 protótipos. Não quero modelos nem doutrinas. Estamos pensando em agrupá-los Quero preparar grupos para dar continuidade aos projetos. Idanha, Zumbra, Eres, Açores, o 5º. Pode ser aqui. Se eu vier em outubro quero trabalhar à partir do chão da escola. Até junho pensamos em fazer pequenas experiências.
Ainda José Pacheco:
Tarefa para casa: Enviar propostas de formação, planificar.
No centro de formação os participantes serão os que atuarão no processo. Quem tem que estar, participar em formação.
Em outubro iremos alterar a dimensão da prática:
1º. Princípio da alteridade – cuidar da pessoa;
2º. Formação – pois devemos ter consideração às crianças;
3º. Reconfiguração da prática social, reconfiguração curricular.
Já participei de 2 ciclos e quero que o 3º. Ciclo aconteça.
As comunidade também terão que evoluir.
Quanto as tecnologias não podemos negá-las mas estabelecer conjuntamente as regras.
Temos que pensar em finalidades, criar comunidades de aprendizagem. As crianças podem aprender fora o que aprenderiam também na escola.
No Projeto Âncora, as crianças vão à escola quando necessitam de algo que não tem em outro espaço.
Temos o direito de fazer projetos sem os pais terem que pagar.
Nós vamos à guerra mas com bons trunfos. Basta de impunidade!
Paulo: Mas como se faz isso?
José Pacheco: Tarefa; Paulo vai até a escola mais próxima, vai à Direção do Agrupamento. Quando vou a uma escola, converso com o Diretor e faço o convencimento à adesão ao projeto. Se houver poucos que queiram fazer, deve-se respeitar a diversidade de opiniões.
Paulo: Já fui formador e encontro professores que acham gira, mas não encontro pessoas que queiram participar.
José Pacheco: Procurando bem há sempre alguém para caminhar junto. Sozinho não se faz nada.
“Eu sou do chão da escola, falo o que vivo”.
Cuidado em como fazer, pois há riscos.
Paulo: Difícil encontrar pessoas para aderir. Há pessoas um pouco distante que acreditaram, conheceram a Enraizar e queriam participar. Este projeto desperta curiosidade nas pessoas. Há elogios, mas ainda há rigidez.
José Pacheco: Deve-se demonstrar que essas crianças aprendem mais que as outras.
Professora: Temos diversas famílias que querem aprendizagem mais natural, outras querem as escolas escolas.
Paulo: Uma das formas de fazer a publicidade?
José Pacheco: perceber as famílias, vizinhos e buscar o porquê as crianças vão em outras escolas que não essa. Repare minha ideia é gerir bem o tempo.
Paulo: uma questão prática – e os tutores, 1 para 12?
José Pacheco: o grande problema do projeto é a permissividade do tutor. Tutor é o dinamizador do projeto.
Paulo: Como definir o tutor?
José Pacheco: No projeto Âncora o jardineiro é tutor, a cozinheira é tutora.
Paulo: O que é viável, encontrar pessoas que pensem dessa maneira?
José Pacheco: Quando iniciamos o Âncora outros da comunidade aprenderam com os professores o processo tutorial.
“Tutor é o adulto significativo para a criança, a afetividade não é neutra”A criança tem o direito em escolher o adulto que a representa, media na aprendizagem.”
A função do tutor é estabelecer relação intensa com a família. Tem que estar livre para isso, mas para assegurar isso existe a equipe que dá suporte.
O tutor capta a necessidade de seu tutorando e transforma-o em projeto.
“Sinto que eu fiz alguma coisa é quando eu estava com as crianças, eles estavam em mim e eu com eles – transcender. O principal é o que nós transferimos sem nos dar conta disso.”
Autoridade:
As crianças decidiram as regras. E regras são feitas para serem cumpridas.
Paulo: Continuamos com a ideia de auto regulação até que os tutores consigam?
José Pacheco: Vínculo é isso, a criança quer que alguém se interesse por ela. Há crianças que são solitárias, são egocêntricas, veem os outros como paisagem.
Paulo: Em relação a tutoria, como distribuir os alunos? Qual critério?
José Pacheco: Na Escola da Ponte organizamos os alunos em três níveis, para constituir grupos com diferentes níveis.
PERÍODO DA TARDE
Dando continuidade aos trabalhos, Paulo faz a abertura da reunião apresentando o grupo de participantes. Diz que José Pacheco veio dar suporte ao Projeto que o Centro de Aprendizagem Enraizar está desenvolvendo
Paulo: Para que possamos atingir nossos objetivos, aqui hoje desenvolvimento comunitário.
José Pacheco: mesmo dentro dos meus grandes limites estou aqui para ajudar e isso me faz bem.
Paulo: Consegues definir comunidade de aprendizagem?
José Pacheco: Escrevi o livro “Aprender em Comunidade” além de 12 outros. Nenhum publicado aqui em Portugal, mas publicados no Brasil e traduzidos em outros idiomas.
Tenho a minha definição incompleta porque tenho medo de fazer doutrina;
“ São pessoas organizadas em redes de características circular que partilham mesmo espaço físico, idênticos valores com igual visão de mundo e sociedade e ser humano, que partem de necessidades comuns, que partem de princípios e desenvolvimento de projetos para resolução das necessidades. Comunidade de Aprendizagem é um constructo que tem que estar em aberto”.
Ainda José Pacheco:
Uma escola é um nodo de uma aprendizagem colaborativa que não é comunidade. A primeira comunidade de aprendizagem que se conhece é a da América do Sul (séc. XIV). Ela acontece muito antes das teses.
Hoje em Portugal há embriões, uma nova constituição social porque essa escola que está aí não consegue ensinar a todos.
Uma comunidade de aprendizagem é onde acontece simultaneamente desenvolvimento social e educacional/individual.
Paulo: A transformação pessoal é necessária para existir a transformação social global. Qual nosso papel nessa transformação social? Falo enquanto pessoa.
José Pacheco: Passo a dizer o que penso como pessoa e não como professor. Aquilo que se espera do educador é que refaça sua cultura professor e pessoa tomando consciência de que todos sejam felizes. Qualquer pessoa que passou pela escola tende a reproduzi-la. Quando a escola foi concebida tinha o professor como centro. Na teoria para situação subalterna.
É necessário reelaboração da cultura pessoal e profissional, reelaboração de valores, solidariedade.
“Se a pessoa reelaborar sua cultura com os outros ela vai contagiar pois é com o outro que percebo minha existência.”
Quando falo é a partir da escola. A escola tem que deixar de ser o que é a partir da reelaboração da cultura.
“Devemos ter respeito por quem não quer mudar, entendendo seu conhecimento.”
Quanto ao maior obstáculo à mudança – Perante evidências não há quem não ceder!
Representante da Câmara: Como a autarquia pode apoiar? Nos ensina como podemos efetivamente contribuir?
José Pacheco: Conhecendo uma das escolas responderia sua pergunta.
A participação do poder público – articulação com acompanhamento das escolas ao longo de três anos. O projeto necessita ser avaliado para rever proposições. Não posso entrar em um projeto se este não tiver articulado junto ao poder público ou instituições. À partir daí o poder público definirá diretrizes educacionais. O trabalho que desenvolvo é gratuito. Se Portugal quiser acompanhar – Sejam bem vindos!
Câmara: Qual é o nosso papel enquanto autarquia?
José Pacheco: No Brasil inicia com contrato de autonomia. A natureza jurídica no Brasil é o Ministério da Educação. Em Portugal – municipalização do 1º. Ciclo porque as Câmaras não conferem autonomia às comunidades que apresentam bons resultados?
Deve-se dar autonomia:
– Para os professores– dignidade social; fundamentação do trabalho na lei e na ciência;
– Administrativa: Valores e princípios atuais não coadunam com o que existe;
– Passar para gestão da comunidade. Rever projeto de gestão.
Quando as escolas tiverem autonomia à escola reduzirá custos. O aluno passa a custar 10 vezes menos.
“Tudo que estou a dizer estou a fazer.”
As escolas não desenvolvem seus PPPs.
Então me perguntam, qual o papel da autarquia? Não é necessário desenvolver atividades extracurriculares, mas conjuntamente. Podemos ajudar as escolas levando os professores a desenvolverem o Projeto.
Sempre faço duas perguntas aos diretores:
– Todos os alunos aprendem?
– Eles têm autonomia? Desenvolve-se a autonomia?
Em síntese, unir, juntar, ajudar aqueles que estão tristes na escola.
Pergunta: Como quantificar o desenvolvimento humano?
José Pacheco: Na avaliação os resultados apontam índices de desempenho cognitivo porque não fazem o atitudinal, afetivo.
Como? Desenvolvendo princípios e valores coerentes com o projeto, analisando a partir da Escala de Likert. Os projetos devem estar voltados às necessidades da comunidade e não da escola somente. Também a questão atitudinal como exemplo exercer a solidariedade no cotidiano.
Nenhum professor pode se queixar de seus alunos, nenhum pai. Eles são reflexos de suas ações.
Sou muito vaidoso. Quando me perguntam da “Ponte” respondo que vão ver quem são os ex alunos. Vejam o impacto social Digo ao meu filho para ir para o Brasil e ele responde:
– “Pai, enquanto este país estiver em crise eu não saio daqui.”
Paulo: Nova forma interna das instituições como isso funciona: Enraizar – Autarquias – Universidades.
José Pacheco: Funciona em dois planos: realizável e real. A escola pode – da heteronomia para a autonomia. Não é sinal de cidadania quando se diz em uma maioria: Vamos lutar! Aí está a submissão da minoria diante da maioria.
Deve-se perceber diferenças entre aceitação e tolerância. Ninguém avança para uma decisão sem que os pais estejam em consenso. Quando a escola quer mudar, inicia-se a mudança em pequenos grupos.
Pergunta: Mas e quem não quer, permanece na escola?
José Pacheco: os concursos estão completamente errados. As pessoas concorrem com prédios e não em função de projetos.
Pergunta: Então a ideia é nós entrarmos na escola pública?
José Pacheco: Sim, Talvez. Trabalhamos com protótipos. A sugestão é manter este espaço para dar suporte às escolas. Precisa também ter viabilidade financeira.
Pergunta: Como consegue métodos para ajudar as crianças com valores que se pretende? Como fazer diferente para trabalhar com crianças de diferentes comportamentos?
José Pacheco: Como transformar um jovem de uma favela em um ótimo sujeito. Mudanças atitudinais acontecem quando duas pessoas estabelecem um vínculo.
Pergunta: percebo que o que fazer é cuidar das crianças e adultos. Como fazer quando essa criança necessita de cuidados especiais e o professor não ficar com a sensação de não estar prejudicando os outros?
José Pacheco: Retirar a criança do grupo não resolve. Devolve ao grupo. Deve-se incluir, agregar e não discriminar. Na Declaração de Salamanca está escrito que não há uma criança especial, todos são especiais.
Pergunta: usam compensações?
José Pacheco: Compensar o que? O que se vai avaliar? De onde parte o mérito? O que a prova prova?
Pergunta: Como desenvolver com criança e tutor a autoridade?
José Pacheco: Sugiro a leitura de Bertolt “Margens dos rios”. A indisciplina é
“Você chama de violentas as águas de um rio que tudo arrastam; mas não chama de violentas as margens que o aprisionam.” Bertolt Brecht
Autoritarismo e permissividade – respeitar mas não misturar os estatutos do professor e do aluno.
“Educação é uma ato político e ato de amor”!
“Um projeto humano é um projeto coletivo onde todos temos a aprender. Só tem sentido no quadro de um projeto local, consubstanciado numa lógica comunitária, e pressupõe profunda transformação cultural”.
Pergunta: Como administrar conflitos? Há grupos de responsabilidades? Comissão de ajuda?
José Pacheco: Construímos uma planilha: “Acho bom” e “Acho mau”. Também há monitoria das Comissões de Ajuda e Juri.
“Digo-vos para terem muita prudência e muita coragem para a mudança!”
No final da tarde ao concluirmos os trabalhos do último dia do périplo, mas o primeiro de futuras ações, nos despedimos dos professores do Enraizar.
Filipe se despede de José Pacheco com um “Até breve”. Ambos com emoção contida. Afinal foram 33 dias de convivência, de troca de ideias, planificações, projeções, realizações.
“Nada acaba, quando se acaba um ano. Quando um ramo seca, novo ramo germina, quando uma certeza tomba na arca das inutilidades, novas doutrinas, tão perecíveis como as perecidas, se esboçam, no rendilhado tecer das efémeras ciências. É durável somente o que faz sentido que se renove ou transforme em cada um dos nossos transitórios dias.”- José Pacheco.
Fomos para o aeroporto de Lisboa rumar para a terra mátria de José Pacheco:
Bem Vindo ao Brasil José!
“Eu que desaprender para aprender de novo. Raspar as tintas com que me pintaram. Desencaixotar emoções, recuperar sentidos.” – Rubem Alves
Trajetória do Périplo